sexta-feira, 4 de junho de 2010

onde está a poesia?

A poesia está reunida em coisas que fazemos, é como fazer teatro: simples. O porcesso criativo dos guardas-chuva está ficando cada vez mais encantador. Cada ator-aluno-jogador está transformando seu objeto cênico em uma instalação muito interessante.
O caminho do que pode vir a ser a primeira cena ja iniciou fantasticamente bem. Ogrupo inteiro está se jogando no processo de contrução da encenação.
dá gosto de ver os ensaios do GTU!!

Évoé!!!

sábado, 17 de abril de 2010

post 4

continuo achando o samba do crioulo doido, mas tá afinando.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A palavra é prata, o silêncio é ouro!!!

cheguei atrasado mas pude ver ainda alguns dos jogos.

os jogos são interessantes, mas os atores ainda estão com pouca concentração. Mesmo sendo a fase de vivência, todos tem que levar a serio seu trabalho. Os grupos constroem imagens interessantes , mas ainda opta-se pelo óbvio, pelo "engraçado", ainda estamos em nossa zona de conforto.





Espiral do silencio:
 A idéia central desta teoria situa-se na possibilidade de que os agentes sociais
possam ser isolados de seus grupos de convívio caso expressem publicamente
opiniões diferentes daquelas que o grupo considere como opiniões dominantes.
Isso significa dizer que o isolamento das pessoas, de afastamento do convívio
social, acaba sendo a mola mestra que aciona o mecanismo do fenômeno da
opinião pública, já que os agentes sociais têm aguda percepção do clima de
opinião. E é esta alternância cíclica e progressiva que Noelle-Neumann chamou
de Espiral do Silêncio (LAGE, 1998, p. 16).
 
 
LAGE, Louise Costa. Do silêncio à fala: O caminho da mensagem jornalística. 1998. Dissertação

(Mestrado em Comunicação) – Faculdade de Comunicação, Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

domingo, 11 de abril de 2010

post do Marat

Ser o único elemento da equipe que não pertence ao meio teatral me deixa bastante à vontade para olhar o trabalho de fora - especialmente pelo meu papel de documentar tudo em vídeo, ficando por trás do olho frio da câmera. Desse ponto de vista neutro, percebo os prós e contras do projeto.




Qualidades:

1- Vejo segurança na equipe. Todos agem como profissionais, o que dá muita tranqüilidade à direção, e a mim como produtor do vídeo.

2- Os elementos que não se encaixavam nessa segurança profissional saíram naturalmente do projeto, sem traumas.

3- Percebe-se, assim, que há um controle de todo o processo, pelo menos no que diz respeito à escolha da equipe técnica.

4- O elenco é bom. É possível que metade dele nunca tenha atuado na vida, mas mostram nos exercícios uma facilidade de assimilação e respostas que favorecem a uma visão otimista – pelo menos nesse primeiro momento, mais experimental.

5- Do ponto de vista subjetivo, há garra e interesse na maioria das pessoas do elenco.



Defeitos:

1- Ainda não há coesão na equipe, o que parece ser motivado pelo grande número de envolvidos (quase trinta). A competência também pode ser um fator responsável por isso, contraditoriamente: como todos estão muito seguros do que fazem, parece não haver consenso. Vejo cada equipe seguir seu próprio caminho, em aparente concordância, mas sem direção. E é necessário que as equipes acatem uma direção, ou o trabalho não vai funcionar.

2- Como as equipes ainda não se acertaram num verdadeiro trabalho em conjunto, ainda não se definiu claramente para cada um as metas do projeto: existencialismo (representado pelo teatro do absurdo de Ionesco), o absurdo cotidiano (representado pela obra obra surrealista de Magritte) e a incomunicabilidade (representando o vazio existencial). Há muitas idéias, lançadas de forma aleatória, e nem todas convergem para esses três pontos – algumas se afastam, mesmo, radicalmente, não por criatividade, mas por falta de base, de conhecimento, de pesquisa. Como resolver isso? Novamente é preciso uma direção. Não há mais tempo para esperar que as equipes, expontaneamente, resolvam o problema. Se há a necessidade de definir metas e trabalhar com rumos bem específicos, isso já existe, está no projeto desde o princípio. Basta por em prática.

3- Tenho a sensação de que o tempo não está sendo bem aproveitado. Claro, ainda estamos numa fase de experimentações, mas toda vez que acaba um exercício eu fico com a impressão de que não se ganhou nada. No meu entender (e essa é a opinião de um leigo em teatro), um exercício deveria ser iniciado como proposta e se encerrar como possibilidades. Deveria-se entrar com uma idéia e sair com respostas (ou perguntas). Mas o que vejo são apenas exercícios aleatórios, como numa oficina de teatro, diversão, passatempo, e não um projeto de espetáculo. Algo do tipo: “O que será que vamos fazer hoje?”; quando o correto seria: “O que vamos descobrir hoje?”.



Conclusão: É uma qualidade a direção não ser autoritária, mas é um defeito ser permissiva. Encontrar o equilíbrio entre esses dois pontos, sem melindrar os egos, é mais um desafio para a realização desse espetáculo. Acredito que isso irá se definir melhor nessa próxima semana. E será então que, de fato, a diversão irá começar, pois se brinca melhor quando se conhece as regras e se sabe do que se brinca.

post do Marat

A MÁQUINA








Aprofundando um pouco mais a idéia:



1- Os atores circulam, entrando e saindo de cena, como se fossem peças numa linha de montagem, todos de terno e gravata, chapéu coco e guarda-chuva. Na tela, o vídeo-ator os observa, mantendo a ordem através de imagens representativas do conformismo (tanto para os atores quanto para a platéia). A coreografia com os guarda-chuvas e os chapéus lembra um musical da Brodway, talvez incluindo-se aí o canto-coral. A música remete aos sons urbanóides, cotidianos.



2- Dois ou mais atores se destacam para o centro, sem que a roda pare, e iniciam um diálogo vazio de significado. A roda pode repetir trechos, palavras desse diálogo, num coro forte, solene. O vídeo-ator acompanha e aprova tudo, eventualmente com um comentário e sempre com imagens simbólicas de propaganda (subliminar e não subliminar). Findo o curto diálogo, os atores voltam para a roda (que nunca para de girar) e outros atores ocupam seu lugar na cena, iniciando um novo diálogo vazio.



3- Seriam possivelmente cinco cenas, com cinco diálogos vazios, falas que nada dizem, e que poderiam ser retiradas do cotidiano e da vivência dos atores. É importante que esses diálogos possam ser reconhecidos pela platéia como expressões do dia-a-dia que eles próprios usam ou conhecem. Em todas as cenas o coro acompanha, solene, eventualmente com uma coreografia, mas sem que a roda deixe de girar, entrando e saindo da “máquina”. O vídeo-ator faz o mesmo, observando tudo, comentando, projetando imagens conformistas.



4- Para acentuar ainda mais o vazio dos diálogos, eles podem se repetir por cinco vezes, a cada vez com atores diferentes, que farão a cena da mesma maneira, com gestos e entonações idênticas. O coro também reage da mesma maneira. Para essa realidade “kafkiana”, a repetição, a uniformidade, a falta de identidade, o conformismo burguês são as normas mais seguras.



5- Após a quinta repetição, finda a primeira parte do espetáculo, uma pessoa se destaca da roda. É o primeiro ato de rebeldia, muito sutil: sair da roda. É o primeiro ato de rebeldia, muito sutil: sair da roda e olhar em volta. Essa pessoa vai começar um questionamento, e vai atrair outra pessoa, e mais outra, que vão interferir na continuidade dos diálogos (que não vão parar), atrapalhando esses diálogos conformistas.



6- Sentindo-se ameaçada, a roda vai reagir em um coro agressivo contra os rebeldes e a favor da conformidade. O vídeo-ator também vai reagir, projetando imagens ameaçadoras contra os rebeldes, que evocarão a moral, a ordem, família, religião e outras formas de coerção. Mas essa reação da máquina, em si, já é uma mudança, e mostra que a estrutura já está abalada.



7- O questionamento dos rebeldes acaba surtindo efeito sobre o próprio vídeo-ator, que se descobre personagem de si mesmo, preso num mundo virtual, sem vida própria. As imagens de propaganda são substituídas por obras de Magritte, perturbadoras, provocativas. Outras imagens mais fortes podem ser projetadas, especialmente ligadas à sexualidade. O confronto entre os rebeldes e a máquina se torna mais agressivo.



8- No confronto final, a roda se desagrega e se desfaz. O vídeo sai do ar. Escuridão e silêncio caem sobre o palco. Resta uma luz sobre um único ator, que, olhando em volta, escolhe retomar sozinho o percurso da roda, encerrando o espetáculo.

post do Marat

DESDOBRAMENTO DO PROJETO




Após nova reunião da equipe, surgiram algumas propostas de trabalho:

1- Ver o elenco como peças de uma máquina que represente a conformidade, com diálogos vazios numa primeira parte, seguido de uma contestação progressiva dessa falta de sentido existencial, até o colapso total da estrutura. Ao final, um único ator retomaria o processo circular da máquina conformista, mostrando que revolução não é evolução.

2- Usar o ambiente dos shopping centers como metáfora para o consumismo e o vazio existencial, onde o consumidor se confunde com o produto na vitrine. Elementos de referência: o faxineiro abrindo e fechando a peça, os sapatos abandonados na entrada, um cão virtual mastigando chiclete passivamente.

3- Agregar a estética dos musicais da Brodway como elemento cênico, seja como introdução, seja ao longo do espetáculo, utilizando para isso especialmente guarda-chuvas.

4- Trabalhar com os atores os cinco sentidos, buscando experimentações que levem à concepção de personagens e cenas.

5- Uso de sons cotidianos para compor a trilha sonora.



Espera-se que esses elementos norteiem o desenvolvimento do processo a partir de agora.



Cronograma de trabalho:

6/abril: Jogos teatrais (Ana Carolina & equipe)

8/abril: Música (Rúbens & equipe)

13/abril: Dramaturgia (Roselene & equipe)

15/abril: Dramaturgia (Roselene & equipe)

20/abril:Música (Rúbens & equipe)

22/abril: Dramaturgia (Roselene & equipe)

27/abril: Jogos teatrais (Ana Carolina & equipe)

29/abril: Encenação (Ives & equipe)

4/maio: Investigação psicológica (Giovana)

6/maio: Encenação (Ives & equipe)

11/maio: Plástica (atividades teóricas)

13/maio: Dramaturgia (Roselene & equipe)

15/maio: Reunião da equipe para definição do projeto.

post do Marat

VÍDEO-ATOR OU VÍDEO-PERSONAGEM




Em princípio, o vídeo-ator já está criado, ele já existe. É preciso agora definir seu personagem no espetáculo. Uso para isso as três premissas apresentadas no projeto: o teatro de Ionesco, as pinturas de Magritte e a incomunicabilidade na sociedade urbana contemporânea. Para me aproximar desses três pontos e harmonizá-los, escolhi o existencialismo como parâmetro. Na literatura, com Albert Camus (O Estrangeiro), Franz Kafka (A Metamorfose), Dostoiévski (Crime e Castigo), Mary Shelley (Frankenstein), remontando ao Gênesis bíblico. No cinema, com Ingmar Bergman (Persona), Fritz Lang (Metrópolis), Ridley Scott (Blade Runner). Nos quadrinhos, com Grant Morrison (Animal Man) e Alan Moore (Monstro do Pântano, V de Vingança). Nos animes, com Ghost in Shel, de Masamune Shirow; Akira, de Katsuhiro Otomo; Tenshi Muyo, de Hitoshi Okuda. Na música, com os cantos gregorianos, a música eletrônica alemã e o minimalismo. A partir desse mosaico de possibilidades posso começar a montar um vídeo-personagem, com a missão de interagir com os atores físicos durante o espetáculo e, ao mesmo tempo, manter as características básicas da linguagem do vídeo e do cinema.



A-E-I-O-NESCO



Primeiras impressões: Toda vez que penso nas dificuldades para montar o espetáculo, a principal parece ser a de colocar cem atores em cena, e em especial dando espaço para que não se tornem meros figurantes. A primeira idéia que me vem à mente é linha de montagem: os atores circulariam em cena entrando e saindo de uma espécie de máquina, todos de terno e gravata, chapéu e guarda-chuva (numa referência óbvia aos quadros de Magritte), em um ritmo moderado: a roda de Caio Fernando Abreu, no conto Dama da Noite. Em alguns momentos fariam coreografias com os guarda-chuvas, o chapéu; em alguns momentos fariam um coro. Dessa forma seria possível estarem todo o tempo em cena, atuando de forma bastante física e trabalhando também com o canto e a dança. Algo como: roda-linha de montagem-entra-sai-roda. Um primeiro esboço.